Nota sobre a contaminação de bebidas com metanol

Nos últimos dias, foram registrados casos graves de intoxicação e mortes em São Paulo associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, o que chamou a atenção das autoridades e ganhou destaque na mídia.

O metanol é um tipo de álcool usado na indústria como solvente, combustível e matéria-prima. Diferente do etanol, presente nas bebidas alcoólicas em geral, o metanol é extremamente tóxico. Enquanto o Etanol é convertido no fígado primeiramente em acetaldeído e posteriormente em acetato, o metanol, sofre uma rota diferente. É convertido em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico, causando acidose metabólica, o que leva a danos graves no sistema nervoso central (com perda de visão e alterações cerebrais), além de comprometer coração e músculos, podendo resultar em falência de órgãos e morte.

Criminosos utilizam o metanol para falsificar bebidas porque é barato e muito parecido com o etanol: ambos são líquidos incolores, voláteis e totalmente miscíveis entre si, o que dificulta a percepção da adulteração pelo consumidor. Além disso, em produções caseiras sem controle de qualidade, o metanol pode surgir acidentalmente durante o processo de fermentação e destilação, tornando a bebida final perigosa.

Os sintomas de intoxicação por metanol incluem náusea, dor abdominal, tontura, visão turva ou perda da visão, sonolência e confusão mental. Para se proteger, é fundamental consumir apenas bebidas de procedência confiável, desconfiar de produtos muito baratos ou vendidos em locais informais e acompanhar os alertas das autoridades de saúde. Em casos suspeitos, a procura imediata por atendimento médico é fundamental para salvar vidas.

Créditos: Flávia Ferreira de Carvalho Marques e Wagner Felippe Pacheco